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Livro de Susan Sontag

Livro de Susan Sontag

Boa dia a todos e todas!!!
Estou de volta, dando minha humilde contribuição nas linhas do Onda Cidadã.

Quando estive em SP, participando do Seminário Antídoto, recebi um presente do camarada Écio Salles, tratava-se de um livro chamado DIANTE DA DOR DOS OUTROS, escrito por Susan Sontag.

O Écio disse-me que ao receber um presente agente deve dar outro presente em troca -acho que é em sinal de educação, num entendo bem essas fitas-, e o presente que eu deveria dar a ele seria escrever algo a respeito do livro, mesmo que fosse uma simples linha.

Então lá vai a pedrada… rsrsrsr

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No penúltimo dia em São Paulo, fomos visitar o Centro Cultural Pombas Urbanas, na cidade de Tiradentes, a convite do nosso querido amigo Diego Rojas, que é um dos integrantes desse grande Centro Cultural. Para quem não conhecia São Paulo, a viagem até a Cidade Tiradentes foi surpreendente, em meio aos carros e “arranha-céus” que nos cercavam. 

Risos, troca de experiências, tudo era novo para aquela que nunca tinha saído do mundinho que a cercava: eu. A equipe formada por pessoas de diferentes lugares, com outras culturas e formas de pensar, se unia e chegava ao pensamento comum quando o papo era música. Essa sim é uma forma de unir gerações e gerações… 

Pelo caminho, a grande São Paulo não era tão diferente da minha Nova Iguaçu, aliás, os grafites que a enfeitavam era o colorido em meio às nuvens cinzentas, formadas pelos velozes carros que passavam de um lado para o outro. O grafite era um aspecto que me fazia lembrar da minha cidade maravilhosa. Não eram tão diferentes assim. 

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 Os altos prédios na entrada do local nos davam as boas vindas. Foram exatamente 40 minutos até a Cidade Tiradentes debaixo de um sol de 30° graus. A ansiedade de Conhecer o trabalho de Diego Rojas e o Pombas Urbanas era maior que a distância de 42 KM que separava a seu bairro da grande São Paulo.  
 

“Construindo artistas para a vida” 

Um enorme galpão de 1.600 m², que abriga o Centro Cultural, promove desde 2004 o acesso da população local à arte e à cultura, com cursos gratuitos de teatro, circo, artes plásticas, dança de salão, música e informática que são oferecidos para crianças, jovens e adultos. 

Saltando da van onde estávamos, e entre um rápido passo e outro,  entramos no Centro Cultural Pombas Urbanas. Logo de primeira, a atenção se voltou para a biblioteca comunitária Milton José Assumpção, onde os livros são doados pela própria comunidade.  

Magnífico. Raridades podem ser encontradas naquela biblioteca. Raridades doadas pela própria população. Criado por Lino Rojas, o Pombas Urbanas, comemora em 2008, dezenove anos de processo artístico que envolve os jovens da periferia de São Paulo.  

Também tivemos a oportunidade de assistir a uma peça teatral, em comemoração aos 19 anos abordando questões sociais que afligem a nossa sociedade. Questões que envolviam a moralidade da pessoa, o respeito mútuo e a valorização da vida.  

É importante saber que a preocupação com o próximo não esta tão longe da nossa realidade, que os nossos jovens podem apreciar o que a arte tem a oferecer a eles e que cultura no nosso país não falta. Também é interessante ressaltar que a minha cultura não está tão distante da deles e que nós podemos sim construir, quem sabe?, um futuro melhor. 

foto-1521São Paulo pode até ser a cidade dos arranha-céus… dos carrões… mas também a cidade onde as “culturas” se encontram e as diferenças montam a idéia que o antídoto para o mundo é arte na veia. 
 

Dudu de Morro Agudo e Koudbi Koala

Dudu de Morro Agudo & Koudbi Koala

Nos últimos dias o documentário “Sete Dias em Burkina” foi exibido no seminário internacional Antídoto, em São Paulo, e depois no Rio de Janeiro, na Casa da Gávea, mas entre uma apresentação e outra, os diretores Carlinhos Antunes e Márcio Werneck, o protagonista Koudbi Koala, a universitária Isabela e sua amiga, fizeram uma visita a sede do Movimento Enraizados, em Morro Agudo, no Rio de Janeiro e foram recebidos pelos cineastas Cacau Amarau, Bruno Thomassim e Refém, pelos rappers SDL, Lisa e Kall, pelos coordenadores da organização Dudu de Morro Agudo –também rapper- e Luiz Carlos Dumontt e mais alguns amigos que foram conhecer um pouco da história de Koudbi.

Muita troca de idéia, experiências e conhecimento. Risadas, lanche, muita manga e troca de presentes. Mas o convite para essa visita rolou em São Paulo, no Itaú Cultural, durante o Antídoto.

Dudu de Morro Agudo esteve presente neste seminário para fazer uma intervenção, foi quando ficou impressionado e muito motivado com o documentário, conheceu o Carlinhos Antunes e combinaram de se encontrarem no Rio de Janeiro, contando sempre com a ajuda da Isabela.

Durante o encontro em Morro Agudo várias idéias foram semeadas e o intercâmbio entre Nova Iguaçu e Koudougou é quase inevitável.

Matéria publicada na íntegra no Portal Enraizados:
Leia aqui —> http://www.enraizados.com.br/Conteudo/MateriasDetalhes.asp?ID=158

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Chupeta neles!

48 anos de chupeta. Curioso e famoso nome que fez de Lizietia Carmem Siqueira Rodrigues, a cozinheira mais famosa de Vigário Geral, no estado do Rio de janeiro, que veio aconpanhada do seu amigo washington, conhecido como feijão. Muitas coisas aconteceram em pouco tempo na vida de Dona Chupetinha: primeira vez andando de avião, em uma cozinha de um restaurante e a primeira vez em São Paulo.

Falar com a ilustre cozinheira não foi fácil. Em meios aos cumprimentos daqueles que saboreavam a sua comida, Dona Chupetinha virou a celebridade da vez: “É muito glamour”. Simpática e sempre sorridente, andava pelo salão do Itaú Cultural em meio aos abraços dos seus novos amigos que formou em Sampa.

“O meu maior medo não foi andar de avião, mais sim, do restaurante”, admitiu a cozinheira, que entrou pela primeira vez em uma cozinha de restaurante somente em São paulo. A sua preocupação não ficou somente na cozinha, mas nas pessoas que encontrariam pela frente, já que não era de seu “habitat”: “Não pensei que fosse tão pararicada. Já estou com o coração na mão para ir embora. Porém estou com muita saudade de meu marido, que é meu maior presente que Deus me deu”, diz emocionada, chegando as lágrimas. “Na minha casa, já sou conhecida na comunidade, mas aqui… Não esperava tanta recepção”, dizia em meia as lágrimas de seu rosto.

A recepção começou pela cozinha: panela… Talheres… De tudo chupetinha se apossou:”A minha cozinha não chega nem aos pés da cozinha daqui. Nunca tinha visto a câmara fria, o elevador que subia a comida, tudo muito diferente”. Muito emocionada, Chupetinha falava todo o tempo do tratamento de “boneca” que recebeu das pessoas de São Paulo. Chegando a hora de voltar para casa, ela já estava com o coração apertado, mas pretendia voltar: “Se receber o convite novamente, volto com certeza!”.

O critério para a seleção da comida não teve suspense: “Sentei com o Gil, que é sensacional, inclusive ele colocaria alguns pratos na mesa. No primeiro dia, me deram a maior liberdade para trabalhar no que eu queria”.

“Tentei fazer o melhor”, falava chupetinha, que fez todos nós ficarmos apaixonados pelos seus ‘quitutes’ servidos. “Panela dos outros não tem o mesmo tempero do que o nosso”, diz a cozinheira famosa não estando com as suas “super poderosas panelas”. E ela arrebentou!

Chegando às 8:00 hs da manhã para comandar a cozinha e fazer o almoço tão esperado das 12:00hs, no qual era da sua responsabilidade , Dona Chupetinha ficava até a hora que necessitava para ajudar no coquetel, que é servido à tarde.

Não tendo oportunidade de assistir os debates, Chupetinha estava com a definição do projeto na ponta da língua, pois já ouviu falar do Antídoto há dois anos: “Já tinha ouvido falar desse embriãozinho, que agora se tornou um ‘bebezão’ “. Mesmo não comparecendo nas palestras, ganhou o Livro Antídoto para a ler, afirmando que, quando chegasse em casa, iria ler o livro. Mas, ela já estava acostumada com essa a correria há 17 anos.

A Regina Duarte da vez

Como “antídoto”, Dona Chupetinha vai levar para a cidade Maravilhosa muito amor e glamour. Chegando a se emocionar, elas nos falou da sua grande paixão, além da sua exemplar comida: Seu esposo, no qual é casada 37 anos, tendo um casal de filhos e um casal de netos.

Dona Chupetinha disse que seu marido é o seu grande incentivador: “Ele me disse que eu tinha que ir para São Paulo, pois era a minha vida”, e isso lhe rendeu um grande incentivo para a cozinheira mostrar a que veio. Falando sobre o seu esposo, a Regina Duarte da vez (como estava se sentindo, se referindo a sua predileta atriz), emocionou a todos que estavam tendo a oportunidade de ouvir suas belas declarações de amor, chegando ás lágrimas de tanta saudade.

Fotografia

Bom, meu nome é Valdean, sou fotógrafo, moro na favela da Maré no Rio de Janeiro e na terça feira saí do Rio para documentar o evento antídoto na cidade de São Paulo.

A idéia desse post é mostrar o evento e a minha estada em São Paulo através de fotos.

Fotografia: significa escrever com a luz e foi isso que tentei fazer esses dias todos usando minha câmera D80 da Nikon com duas lentes, 18/50 e uma 70/200.

Saindo do Rio de Janeiro

Chegando em São Paulo

Sala Vermelha, onde montamos a nossa sala de imprensa

Corredores do Itau Cultural, onde foi realizado o evento antídoto

Sala de debates

cotidiano da Av Paulista

Cidade Tiradentes

Espaço do Instituto Pombas

Essas foram algumas das imagens produzidas

FIM

Valdean

Antidoto

Antídoto

O ANTÍDOTO proporciona momentos importantes de reflexão sobre a violência para todos os que assistiram aos documentários e debates, apresenta soluções que são e foram usadas na prática para amenizar problemas com violência em todo o mundo.

Iniciativas de pessoas como RONALDO MONTEIRO (Incubadora de Empreendimentos para Egressos e ex-presidiário), BETO CHAVES (inspetor da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis), NORTON GUIMARÃES (ex-presidiário de Bangu III), LUIZ ERNESTO ROMERO GAVIDIA (Diretor do projeto Homies Unidos e ex-integrante de Gangues de El Salvador), ORLANDO ZACCONE (Delegado da 52ª DP em Nova Iguaçu) e JUCILEIDE MAUGER -que prefere ser chamada de Ju- (A 16 anos é diretora da escola Municipal de Ensino Fundamental Oliveira Viana, no bairro de Jardim Angela, extremo sul de São Paulo), não são raras nas periferias, mas são importantes e precisam ser divulgadas, incentivadas e aplicadas em outras partes do mundo.

Beto Chaves e Norton Guimarães

Beto Chaves e Norton Guimarães

Com certeza o trabalho desenvolvido por Norton Guimarães em parceria com Beto Chaves chama a atenção pela inovação de colocar os dois lados da moeda (um policial e um ex-bandido) para passar suas vivências para um público jovem que se encontra em situação de risco, com certeza a atitude e o projeto desenvolvido por ambos é um antídoto para a violência, é o trabalho de prevenção.

Ronaldo Monteiro e Luiz Ernesto fazem um trabalho muito importante com ex-presidiários e ex-integrantes de gangues (quadrilhas) respectivamente. Orlando Zaccone já entrou para história com o trabalho que desenvolve com os presos da 52ª DP em Nova Iguaçu, que além de exibir filmes para os presos, também proporcionou que os presos votassem.

Ju (diretora da escola Oliveira Viana)

Ju (diretora da escola Oliveira Viana)

Mas o que mais chamou a atenção foi o depoimento da Ju, sobre sua atuação como diretora da escola Oliveira Viana, onde segundo ela, a morte fazia parte do cotidiano dos jovens do bairro.
Ela contou que usou diversas ferramentas culturais para integrar os jovens e o hip hop foi uma delas, lembrou que durante uma reforma da escola, os jovens estudantes ficaram tentados a pixar as novas paredes da escola e realmente foi o que fizeram, mas ela foi na casa de um por um e fez um desafio, vamos pixar a escola de forma organizada e elaborou uma oficina de graffiti e grafitaram toda a escola, que nunca mais foi pixada.

Impressionante a disposição dessa galera que faz a diferença, que quer a mudança, que prega uma cultura de paz e isso é o que dá um valor maior ao evento. A maneira com que as experiências são compartilhadas dão um valor maior ao evento.

Mas a multiplicação desse antídoto seria maior se os moradores dos bairros mais pobres de São Paulo estivessem presentes, se mais diretoras de escolas como a Ju estivessem vendo e ouvindo o que todos os convidados das mesas tinhas a dizer, que pudessem ver que pessoas comuns como elas são capazes de mudar a história de um bairro, cidade ou país inteiro.

Olha o Pedro Markun respondendo qual é o antídoto dele.

 

 

por Kayky Avrahan

Valdean Santos

Ronaldo Monteiro (IEE), Edson Natale (mediador) e Ju Mauger (EMEF Oliveira Viana) - Foto: Valdean Santos

Não é de propriedade de ninguém o conceito, ou a forma, ou a metodologia, para se transformar uma comunidade, as pessoas e seus processos. A cada dia mais pessoas de diversas classes sociais, escolaridades e visões de mundo, propõem formas reais* de desenvolvimento.

*A idéia de alterar de forma Real surge porque em diversos projetos sociais o processo acaba reproduzindo o sistema atual. Pois além de emprego e renda, o objetivo deveria ser a alteração de visão de mundo, das práticas e das relações entre as pessoas.

Como os atuais modelos de desenvolvimento dominantes não são coerentes com a Vida das pessoas (usando um termo humanístico para designar o social, o econômico e o político) é quase espontâneo, natural, o surgimento de processos brilhantes e surpreendentes de transformação. Processos que se criam no sentimento de indignação das pessoas perante uma realidade que as incomoda, mas ainda são poucos os que se incomodam com os problemas dos outros, as desigualdades, as violências.

As experiências de Ju(cileide) Mauger, diretora da Escola Municipal Oliveira Viana no Jardim Ângela, em São Paulo, e de Ronaldo Monteiro, coordenador da Incubadora de Empreendimentos para Egressos, de São Gonçalo – RJ, encantam por sua vivência, sua presença, sua propriedade em relação aos seus trabalhos, dois realistas. Ju, como gosta de ser chamada a super-diretora, implantou na escola da Zona Sul, uma política, uma forma de trabalhar, que integra a comunidade e os problemas de seus alunos de forma plena, nenhuma realidade é ignorada, nenhum problema é escamoteado, e assim seguindo, ela transforma diariamente a realidade daquele lugar, incluindo os pais e mães nas atividades e integrando as crianças com necessidades especiais com seus colegas… diversas provocações para a Transformação.

Fica evidente no olhar, nas mãos expressivas, no uso de metáforas, a integração desses dois atores da Transformação com suas realidades, vieram delas. Para a platéia essas experiências são expostas com vitalidade e virtuosismo, o que ninguém sentado numa cadeira adquire. Diversas teorias já estão criadas (e continuam a ser desenvolvidas pela academia) para um melhor desenvolvimento do planeta, mas poucos são os que fazem alguma coisa tendo lido tudo isso, ou até, só uma parte.

Tentando se afastar um pouco da obviedade do tema de antídoto como algo para sanar as coisas, o que se vê nessas experiências são estímulos, para cada vez mais as pessoas, independentemente de sua forma de organização (civil, privada ou pública), participarem dessa mudança necessária ao planeta e aos seres (humanos ou não) que aqui vivem. Mas é do ponto de vista do Ser Humano, da valorização dos processos coletivos e da valorização de suas capacidades, que os sonhos coletivos (reais e não-utópicos) estão colocando as coisas Realmente pra frente, Transformando o que está ai posto, supostamente consumado.

O blog do Antídoto, no Terra Magazine, é produzido pelo Ricardo Tacioli, editor do site Gafieiras, que se dedica à publicação de histórias da musíca brasileira.